2017: Agressões contra mulher brumadense crescem 130% ao ano, diz coordenadora do Creas

Os casos de violência contra a mulher no país cresceram a cada ano, e em Brumado, a situação infelismente não é diferente. Dados do Centro de Referência Especialização de Assistência Social (Creas) indicam que os casos de violência contra a mulher tiveram aumento de mais de 130%, este ano em Brumado. Os casos mais registrados são: violência física, psicológica e moral. Os dados foram divulgados pela coordenadora do Creas, Janine Caldeira. A também assistente social disse que desde a instalação do Creas em 2009, este ano, que nem terminou, já é considerado o mais violento contra a mulher. Janine considera que o aumento nos números é reflexo da força que as mulheres ganham na sociedade. "Com vários mecanismos governamentais e ação feminista nas ruas e em redes sociais, nós nos sentimos mais seguras e fortalecidas para registrar as ocorrências. Porém ainda há culpabilização da vítima e minimização da agressão durante o relato nas delegacias", afirmou. 

Foto: Luciano Santos l Conteúdo 97NEWS

Outro fator que agrava ainda mais, é que, o fato de não possuir uma Delegacia da Mulher, em Brumado, muitas delas, acabam não registrando, por medo ou vergonha. "Grande parte das agressões físicas está ligada ao alcoolismo e uso de drogas, e a maior incidência é nos finais de semana", declarou. O não registro das ocorrências se devem a ao fato de as vítimas terem medo dos agressores. Ainda segundo a assistente, o que mais preocupa é pelo fato de a grande maioria das ocorrências ocorrem dentro da família. As agressões partem de maridos, companheiros e até filhos e netos das vítimas. Por conta dos dados coletados, o quadro para a mulher na cidade é considerado emergencial. Caldeira disse ainda que os casos de violência se dão tanto em famílias carentes como em pessoas de maior renda financeira. Para se combater a violência contra a mulher a atenção afetiva é fundamental. "O papel da mulher na sociedade, hoje, é de luta pelos seus direitos e para desconstruir o machismo. Falta um caminho tenso e extenso, mas é a única saída para mudar realidade do Brasil", disse.