PF cumpre mandados de prisão contra grupo que fraudava licitações do transporte escolar nas cidades de Tanhaçu e Vitória da Conquista

Polícia Federal cumpre mandados em operação na Bahia (Foto: Divulgação l PF-BA)

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU), cumpre, na manhã desta quinta-feira (23), mandados de prisão preventiva,  prisão temporária, medidas cautelares e busca e apreensão nas cidades de Tanhaçu e Vitória da Conquista. A operação Lateronis tem objetivo de combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da educação. Um grupo formado por políticos e empresários, além de servidores, fraudava licitações, principalmente em contratos na área de educação, para desviar recursos públicos. A operação também aconteceu em outras cidades da Bahia e Minas. Os contratos fraudados somam R$ 140 milhões, dos quais R$ 45 milhões teriam sido desviados. Além de Tanhaçu e Conquista, os mandados estão sendo cumpridos nas cidades baianas de Barra do Choça, Cândido Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Gandu, Itambé, Jequié, Piripá, Ipirá, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto. Em Minas Gerais, a operação ocorre na cidade de Mata Verde.

 

Segundo as investigações, iniciadas em 2013, três falsas cooperativas, que pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações recorrentes, desviavam recursos públicos obtidos através de contratos celebrados com diversos municípios, na área de transporte, sobretudo escolar. Com os dados obtidos foi possível verificar que essas cooperativas serviam apenas de “fachada”, não havendo concorrência entre elas uma vez que as vencedoras eram definidas previamente. Os contratos fraudados entre 2010 e 2016 eram recebidos pelas cooperativas era repassado para servidores públicos, que corrompiam agentes públicos para fraudar licitações na área de transporte, principalmente transporte escolar, e até para influenciar decisões dos governo. Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação. Segundo a PF, o nome da operação, Lateronis, é uma referência aos soldados da Roma antiga, que guardavam as laterais e as costas do imperador e que, de tanto estarem ao lado do poder, passaram a acreditar que eram o próprio poder e que podiam atuar de forma impune ao cometerem delitos contra os mais pobres.