Piripá: Delegado diz que mais de 30 armas e 100 veículos foram levados de delegacia durante protesto

(Foto: Reprodução TV Sudoeste)

Mais de 30 armas de fogo e cerca de 100 veículos, entre carros e motocicletas, foram furtados da delegacia de Piripá, no sudoeste da Bahia, durante um protesto de moradores contra o delegado da cidade, Florisvaldo Nery da Cruz, na madrugada desta terça-feira (31). A informação foi divulgada ao G1 pelo próprio delegado. Conforme Cruz, a polícia está tentando identificar os autores dos furtos. O delegado disse que os veículos roubados, que estavam apreendidos, estavam estacionados no fundo da delegacia. Com relação às armas furtadas, o delegado disse que foram de calibres diversos. "Eram todas armas que tinham sido apreendidas, tiradas das mãos do crime. Agora, voltaram novamente para as mãos de criminosos", destacou. No ato, a fachada da delegacia foi pichada e as instalações destruídas. Além disso, alguns carros apreendidos que estavam no local foram queimados. Os moradores que realizaram a manifestação contra o delegado dizem que ele não estaria mais abrindo investigações, efetuando prisões, nem enviando os processos à Justiça. Na quarta-feira passada, populares já tinham feito outro protesto na cidade contra o titular. O delegado disse, no entanto, que o ato foi feito por pessoas ligadas a um grupo político da cidade, depois que ele teria aberto investigação sobre corrupção no município. "É um movimento que começou pela Câmara (de Vereadores) e pelo Executivo contra o delegado", afirmou o investigador, que já contabiliza 15 processos administrativos abertos por denúncias de moradores.  Florisvaldo Nery da Cruz afirma que atua na cidade desde o ano de 2006 quando começou a investigação da suposta prática de corrupção na prefeitura. "O problema é que sou um delegado diferenciado, não aceito propina e combato a corrupção. E nesse combate à corrupção comecei a atuar e tive alguns resultados, inclusive busca e apreensão das pastas de documentos de prestação e contas do prefeito", contesta. O delegado disse que sofreu duas transferências do cargo na cidade e só retornou no ano de 2011. Florisvaldo também reclama da falta de condições para que consiga atuar e combater a ocorrência de crimes na cidade. Ele diz que ele trabalha sozinho na delegacia, sem nenhum escrivão. O município teria ainda dois policiais militares. O delegado afirma que a delegacia só conta com uma viatura, um aparelho de fax e uma linha de telefone. "A ineficiência da Polícia Civil decorre da omissão do estado. Hoje sou reduzido como fazedor de ocorrência. Sou delegado 24h por dia, moro na cidade", disse.