A nova gestão do prefeito Eduardo Vasconcelos (PSB) vem implantando uma série de mudanças, especialmente na área de infraestrutura, as quais, muitas vezes, estão causando resistência, principalmente de proprietários de imóveis que se dizem prejudicados. Com o lema "A Supremacia do Bem Comum", Vasconcelos vem agindo de uma forma dura e com pouco diálogo, mas, segundo a sua assessoria jurídica, totalmente dentro da Lei. Diante deste contexto, um novo impasse se estabeleceu com a FADESB - Fundação de Assistência e Desenvolvimento Social de Brumado, que alega que a prefeitura municipal estaria patrocinando uma ação de crime ambiental, bem como a invasão de uma área particular que fica na região do Bairro Santa Tereza. O 97NEWS entrou em contato com a direção da entidade que explicou que "primeiramente queremos deixar bem claro que a área em questão pertence à FADESB e está devidamente registrada por meio de uma escritura pública".
FADESB e Prefeitura de Brumado em conflito; entenda o caso
E continuaram a argumentação narrando que "há cerca de 50 dias a prefeitura começou a abrir uma rua aqui margeando o riacho e, na quarta-feira passada, entrou uma máquina devastando tudo, onde foram destruídos vários pés de fruta, além de uma casa onde ficava a bomba do poço artesiano, que também foi danificado. No nosso entendimento um claro ato de desmatamento sem licença ambiental" e continuou descrevendo que "diante dessa arbitrariedade, foi feito um questionamento ao secretário André Cardoso que suspendeu a ação e entrou em tratativas conosco, mas, infelizmente elas não foram cumpridas, o que fez com que oficiassemos o prefeito e o secretário, além de fazer uma ocorrência policial do fato, como também um levantamento com geoprocessamento de toda a nossa área". E finalizaram destacando que "que fique bem claro que a FADESB não quer confusão, entendemos que é o bem coletivo, mas existiu uma invasão de propriedade particular, a destruição de mata ciliar, num possível crime ambiental, pois não há licença do INEMA. Foi uma ação totalmente arbitrária, sem que existisse o diálogo para encontrarmos uma solução que contemplasse a todos".
Buscando o contraponto, falamos com o secretário municipal de infraestrutura, engenheiro André Cardoso, que, logo de início rechaçou as argumentações da FADESB ao declarar que "se for feita uma verificação criteriosa no local fica claro que a instituição já tinha cercado a área deles, então, o que fizemos foi o lógico, pois o que está ao lado do riacho é área pública, onde irá passar o esgotamento sanitário, por isso estamos abrindo ruas ao longo dos riachos, já projetando o futuro de nossa cidade. Existe um planejamento e um estudo muito bem elaborado nesse sentido e nossas ações visam o bem coletivo, que tem que estar acima dos interesses particulares".
Ele fez outra colocação que chama a atenção ao citar que "além do mais eles fizeram a cerca de arame farpado, o que não é permitido por Lei há anos, isso terá que ser alterado, pois não pode continuar dessa forma irregular". E, questionado sobre os supostos indícios de crime ambiental, o secretário disparou que "será crime ambiental derrubar algarobas, mangueiras e capoeira? e, além do mais a área já foi antropizada há tempos, ou seja, é uma área cujas características originais foram alteradas tanto no solo, como na vegetação, relevo etc".