Três baianos decidirão futuro de Temer na CCJ

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Dos três baianos que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, apenas Félix Mendonça Jr., do PDT, adianta seu voto sobre o pedido de investigação a Michel Temer (PMDB), feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR) na segunda-feira (26). Em entrevista à Tribuna, Félix adiantou que votará a favor da abertura da investigação contra o presidente na corte máxima do País. “Ainda não tivemos acesso à denúncia, mas vou votar a favor da abertura da investigação. Eu até lamento que isso esteja acontecendo com o presidente do meu país. Eu gostaria que essa tempestade diminuísse e ele conseguisse concluir o mandato, para termos eleições normalmente e escolher um novo presidente em 2018. Mas as denúncias são graves, e têm de ser investigadas. É um absurdo, por exemplo, Henrique Meirelles ser ministro da Fazenda, porque ele era presidente do conselho econômico do grupo JBS”, disse o deputado do PDT. Integrante da base de apoio ao governo no Congresso Nacional, o deputado José Carlos Aleluia, do Democratas, por sua vez, não adiantou seu voto, e disse que só o fará após “analisar profundamente” a denúncia, e garante que sua condição de aliado não garantirá voto a favor de Temer. “Sou da base do governo, mas antes de tudo penso no meu país. Não vou fazer nenhum juízo de valor agora. Vou analisar com muita serenidade a denúncia quando ela chegar à comissão. Eu lamento que isso aconteça. Acho que o governo está indo bem, sobretudo nos quesitos econômicos. Mas não posso de jeito nenhum de levar a sério um pedido de investigação feito pelo Ministério Público e o pedido de nossa posição feito pelo Supremo Tribunal Federal. De jeito nenhum”, disse Aleluia à Tribuna. Outro aliado do presidente, o tucano Jutahy Magalhães Jr. também prega cautela, e na mesma linha de Aleluia, afirmou que seu compromisso com o governo “não é mais forte do que seu compromisso com o Brasil”. “Nossa posição diante disso na CCJ nada tem a ver com sermos governo ou oposição. Tem a ver com seriedade e com respeito às instituições e ao povo brasileiro. Vou analisar profundamente a denúncia, vou ouvir com calma os áudios e vou ouvir com muita atenção a defesa do presidente. Meu voto será um voto de consciência e de cunho pessoal”, garantiu Jutahy Jr. à Tribuna. O tucano disse ainda que o PSDB não vai se posicionar como bancada na votação do pedido de abertura de investigação contra Temer. O partido tem sete deputados na CCJ, “e nenhum será substituído”, segundo o deputado. Jutahy Jr. ainda relativizou o fato de o governo ter maioria na CCJ. “Essa maioria, nesse caso, é uma coisa muito relativa. Eu acredito que os partidos não vão orientar seus parlamentares como bancada”. A relatoria do processo será designada em decisão monocrática do presidente da comissão, o que dá relativo alívio ao Planalto, porque obviamente não cairá nas mãos de algum deputado de oposição.