Energia eólica começa a gerar investimentos para comunidades no Semiárido baiano

O Semiárido baiano tem os melhores ventos do mundo para a produção de energia eólica. “Eles têm três características fundamentais: velocidade alta, baixa turbulência e direção única”, explica Mathias Becker, presidente da Renova Energia, empresa que vem implantando um sistema para produção de energia eólica no Semiárido baiano, em cidades como Caetité, Guanambi, Itaporã e Pindaí.  “Em outros lugares, você encontra ventos com velocidade elevada, mas o Semiárido tem duas características que favorecem a absorção dessa energia. O vento é constante e não é turbulento. O vento turbulento é ruim pra absorver energia. Além disso, o vento no Sertão baiano tem uma direção só, não fica girando. A mudança de direção faz com que se perca capacidade de absorver energia”, diz Becker. InvestimentoSe os ventos do Sertão são bons para a energia eólica, os investimentos de empresas desse setor também sopram bons ventos para a região. O modelo de atuação da Renova Energia, por exemplo, tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento das comunidades locais e trabalha com quatro princípios. O primeiro deles, é a retenção do homem no campo. “Isso é algo fundamental. São proprietários que teriam a tendência de sair caso nós comprássemos a propriedade. A decisão da Renova foi de mantê-los no campo através do arrendamento das propriedades  e do auxílio para que eles aumentem a produtividade ao permanecer no solo, apesar de ser uma região com muitos desafios”, acrescentou o especialista. Integração da geração de energia com o ambiente, atuação como vetor de desenvolvimento sustentável de longo prazo para a região e geração de renda na região de atuação também estão entre os princípios adotados pela empresa. “Mais de 70% da mão de obra usada nas nossas obras são de cidadãos das cidades onde estamos atuando. 

Isso é algo que a gente cobra inclusive das empreiteiras: que contratem funcionários da cidade. Ao contratar pessoal da região, a gente evita um fenômeno que existe: a migração de quem é natural da região para trabalhar em São Paulo. Reter o morador gera renda e proximidade das pessoas com as próprias famílias”. Durante a palestra que realizou ontem no Fórum Agenda Bahia, o presidente da Renova apresentou o Programa Catavento, que agrupa projetos sustentáveis e de desenvolvimento socioambiental para o Alto Sertão baiano. O programa nasceu a partir da execução de projetos que permeiam a implantação dos parques eólicos há dois anos.  Dentro desse projeto, a Renova Energia tem quatro vertentes de atuação: meio ambiente, socioeconomia, desenvolvimento organizacional, além de cultura e patrimônio. “São regiões carentes, onde a gente vê a necessidade da geração do orgulho e do entendimento das pessoas com relação à história dessa região”, disse Becker. A implantação do Museu do Alto Sertão da Bahia está entre os projetos desenvolvidos. 

Correio

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