Brumado: Decreto 4920 divide opiniões e acaba promovendo um grande debate sobre trabalho e cultura

O Decreto Municipal 4920 promoveu um grande debate sobre cultura e trabalho (Fotomontagem: Daniel Simurro | 97news)

O significado do termo segregar na sua forma mais simples seria causar separação e foi justamente isso que o Decreto Municipal 4920, assinado pelo prefeito Eduardo Vasconcelos, fez, pois disparou o gatilho da separação entre os amantes e viciados em trabalho, os populares “workaholics” e os defensores da cultura. A semente da discórdia foi plantada no solo fértil da insatisfação dos apaixonados pela festa momesca pela própria “caneta” do gestor, que assinou o decreto que promoveu que os dias de Carnaval em Brumado serão, no âmbito público municipal, dias normais de trabalho, ou seja, até o feriado nacional da “terça-feira gorda” será trocado pelo labor. Na outra extremidade estão os que são contra o Carnaval e os “workalolics” que aplaudiram a decisão, ainda mais nos tempos de forte crise econômica, onde as atividades culturais estão ficando de fora da pauta das prioridades. A discussão tomou conta das redes sociais, onde, defensores das duas vertentes “vociferaram” as suas argumentações. Certo é que o decreto acabou acendendo uma grande polêmica na cidade, que já ostentou o título de melhor carnaval do interior da Bahia. A polêmica transcendeu e se tornou um confronto ideológico, entre os que defendem o trabalho como a melhor forma de vencer a crise e os que afirmam que a cultura não pode ser golpeada dessa forma tão insensível. A discussão já ultrapassou os limites de Brumado e ganhou a mídia baiana, pois é uma decisão inédita que acabou criando um choque cultural.

Confira abaixo algumas opiniões favoráveis e outras contrárias e, caso os leitores optarem por participar podem deixar as suas mensagem no box das opiniões da matéria no facebook ou mesmo nos comentários:


Favoráveis:
 

Waléria Cunha Leite: "Concordo. Não vejo o porquê não funcionar normalmente já que não terá, em nossa cidade, o evento. O que acontece é que, na outra gestão, era muito órgão municipal sem funcionar por causa de véspera de feriado. Ele está cumprindo o dever dele, os órgãos municipais têm que trabalhar mesmo. Parabéns, Eduardo!”


Chrystiane Meira Moreira:  “Prefeito tem que ser rigoroso mesmo porque aquela prefeitura de antigamente e os órgãos públicos como a saúde e educação davam vergonha. O atual prefeito fez muito pela saúde e educação, fora os aluguéis que ele encerou, reunindo todas as secretarias num lugar só. O trabalho não pode ser visto como uma coisa errada, em hipótese alguma, pois só assim iremos vencer essa crise”


Ednalva Assis: “Eduardo fez certo, porque com a violência que está é bom mesmo que não tenha carnaval em Brumado, pois será que vocês não vêm que é impossível ter carnaval?”


Contrários:


Tania Porto de Amorim: “Não concordo, porque feriado é feriado. Se ele não gosta, problema é dele, os outros não podem pagar por isso. A área da saúde, que foi dito que seria prioridades, ainda deixa muito a desejar, então, emendar o carnaval trabalhando não vai mudar nada, tem que ter projetos melhores para Brumado, que ao invés de ir pra frente, está, cada vez mais, indo e pra trás cada dia. Só lamento!”.


Juscélia Meira: “Eu não concordo com o decreto que acaba com o feriado. Pois o feriado é um direito inegável do trabalhador e não pode ser retirado assim dessa forma”.


Lúcio Carlos Cruz: "Se a razão for a queda de receita, isso não tem lógica, pois Brumado teve progressão de receita e não queda, sem se falar no repasse do repatriamento. Então daria tranquilamente para se realizar um carnaval com os pés no chão, sem que haja terceirizações que tornam a festa bem mais cara. O gestor errou no decreto, pois não se pode pensar só no funcionalismo público, além de que é um feriado nacional e, a princípio, não poderia ser alterado por um decreto municipal, isso é uma ingerência. Carnaval não é prejuízo, muito pelo contrário, gera renda e contribuiu de forma muito positiva para a economia do município, pois atraí turistas e faz o comércio local ter um volume de vendas muito alto, sem se falar no comércio informal que é um dos mais beneficiados com a festa. Então lamentamos um decreto como essa que vai na contramão da história".