Aliados não acompanham PT em oposição radicalizada

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Principal partido de oposição ao governo Michel Temer, o PT ficará isolado no Congresso Nacional caso adote a estratégia de obstruir e se opor a todas as proposições enviadas pelo governo do presidente em exercício Michel Temer. Até então seus aliados mais fiéis, PDT e PC do B – que seguiram ao lado dos petistas até o afastamento da presidente Dilma Rousseff – avisam que vão assumir postura diferente nas votações se o PT apostar na tática do “quanto pior melhor”. Os dois partidos tentam se livrar da imagem de linha auxiliar dos petistas e dizem estar elaborando uma estratégia própria de atuação. Na Câmara, a ideia do PDT é tentar se diferenciar de uma eventual oposição “a qualquer custo” do PT. À frente de uma bancada de 20 parlamentares, o líder do partido na Casa, deputado Weverton Rocha (MA), defende que a legenda deve construir uma linha oposicionista “construtiva, e não irresponsável igual ao PT”. “Não é inteligente, por exemplo, o PT fazer obstrução a medidas provisórias que eles próprios editaram. Não acho coerente isso. “Nas últimas votações na Casa, o PDT já deu sinais dessa nova estratégia. Na terça-feira passada, por exemplo, o PT obstruiu por seis horas a votação na Câmara de uma medida provisória editada por Dilma que autorizava a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos Estados e ao Distrito Federal. Na madrugada do dia seguinte, o partido da presidente afastada tentou obstruir a votação da alteração da meta fiscal. Nos dois casos, o PDT não acompanhou a sigla petista. O PDT está preocupado com as eleições de 2018, quando pretende lançar o ex-ministro Ciro Gomes (CE) candidato à Presidência da República. “Como o PDT tem projeto próprio em 2018, vamos tentar protagonizar uma frente de oposição. Temos que ter uma postura diferenciada, para deixar claro que temos caminho próprio”, disse o líder pedetista. / Estadão Conteúdo