“Delinquente.” É assim que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, classifica o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no pedido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir o afastamento do deputado do comando da Câmara. A demanda, entregue na quarta-feira (16) ao ministro-relator da Operação Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, só poderá ser analisada em fevereiro, na volta do recesso do Judiciário. A expressão “delinquente” é duas vezes registrada no documento enviado ao STF. O termo aparece pela primeira vez quando Janot detalha a pressão exercida pelo deputado sobre Júlio Camargo, apontado como um dos operadores do PMDB no petrolão e delator do esquema de corrupção na Petrobras. Em depoimento, Camargo relata que Cunha formalizou requerimentos de fiscalização, por meio de parlamentares aliados, com o objetivo de obrigá-lo a pagar propina de US$ 5 milhões.