2 milhões no bolso e quase 6 anos de injustiça

Foto da vítima

Em um país de arbitrariedades legais e ilegais, onde o crime sempre tem vantagem sobre as autoridades e as leis, que parecem ser confeccionadas para facilitar a marginalidade, todos pedem a pena de morte, achando que isso será à saída para combater na prática o crime. Será que realmente temos uma polícia eficiente o suficiente para evitar erros fatais caso a pena de morte seja implantada? Pessoas poderiam morrer inocentemente no país do jeitinho brasileiro. O ex-porteiro Paulo Antônio Silva poderia ser um deles.

 

O rapaz que tem uma aparência muito próxima do ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães (verdadeiro autor), perdeu parte da sua vida preso e condenado a 16 anos de cadeia por vários crimes que não cometeu. Detido como sendo o 'Maníaco do Anchieta' Paulo foi condenado por dois estupros, e ainda era suspeita de mais onze ações do mesmo tipo. Depois de cumprir cinco anos e sete meses de prisão e conseguir uma liberdade condicional Paulo provou sua inocência.

 

O estado de Minas Gerais foi condenado agora, a pagar para a vítima da justiça Paulo Antônio Silva o valor de R$ 2.000.000,00 de reais. O rapaz declarou que vai usar o dinheiro para cuidar da saúde.  O Estado por sua vez vai recorrer da decisão na própria justiça que decretou a condenação.

 

Se estivéssemos em um país mais civilizado em que os administradores públicos respeitassem realmente as pessoas e valorizasse o ser humano, o governo de Minas Gerais teria não só pago no mesmo dia a indenização, como o governador Alberto Pinto Coelho (PP) iria à casa do rapaz pessoalmente pedir desculpas pelo estado ter destruído por quase seis anos a sua vida, a vida da sua família e dos seus parentes e amigos. É esse o Brasil que quer pena de morte? Com a cultura judicial que temos é uma pena ter morte por aqui.