Criação de ovinos em Brumado é destaque no mercado nacional

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Os maiores rebanhos de bodes, cabras e cabritos (caprinos) e ovelhas, carneiros e borregos (ovinos) estão na Bahia, segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O efetivo brasileiro de caprinos teve aumento de 18,38%, passando de cerca de 6,4 milhões de cabeças para 7,6 milhões. No caso dos ovinos, o Nordeste foi, ainda, a única região do país a ter crescimento de rebanho entre um Censo e outro, passando de 7,7 milhões de animais em 2006 para cerca de 9 milhões em 2017, crescimento de 15,94%. O sucesso é tanto, que está chamando a atenção de vários criadores de todo Brasil, e muitos deles estão migrando para o interior baiano. Um desses criadores é o alagoano Gustavo Costa, que deixou o jornalismo para morar em Brumado e ter a oportunidade de montar o seu próprio negócio. "Depois de muitos anos trabalhando em redações de cidade grande a gente deu aquela coceirinha de fazer uma coisa diferente", conta Costa. O jornalista decidiu vir com a família para a cidade, e há cerca de três anos atrás enxergou na zona rural do município, a oportunidade de abrir o seu próprio negócio, e atender à demanda crescente deste tipo de carne nos restaurantes do país. "O consumidor está muito acostumado a ver nas feiras a carne do bode e do carneiro. Já a nossa carne é diferente, porque trabalhamos com um animal mais jovem, e a carne fica mais macia, então é uma carne mais nobre, a nossa produção está focada para um mercado um pouco mais exigente", esclarece o criador. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Os cordeiros do sítio Avalon, localizado as margens da BR-030, foram selecionados para ter sua carne abatida e distribuída por marcas de cortes nobres no país. O sítio, fornece o produto em supermercados selecionados e restaurantes finos do Brasil. Para melhorar o rebanho, o administrador faz cruzamentos com animais de raças nobres. Em Brumado, o jornalista descobriu os cuidados especiais a serem adotados na criação de cardeiros. "A gente faz um manejo totalmente controlado com balanceamento nutricional, os animais são submetidos a dieta balanceada, e esses animais são abatidos em matadouros certificados, por isso que a carne deste tipo de animal tem um valor agregado maior", disse ao 97NEWS. Para o criador, o custo da carne de cordeiro acaba que ficando elevado, devido a falta de logística que o município não tem para oferecer. "Temos que levar esses animais a cerca de 600 km de distância para serem abatidos, sendo que não faz sentido isso, poderia acontecer aqui na região", afirmou o criador que chamou a atenção ainda para o qual esse animal já poderia sair da cidade beneficiado. "Isso geraria mais emprego, menor custo para este produto e dando mais competitividade para a região", comentou Gustavo que ainda completou ao dizer que boa parte dos municípios alegam que a seca impede os investimentos. "Esse ambiente de semiárido é excelente para a produção de cordeiro, porque você controla as patologias. Os animais ficam menos doentes aqui, então isso é uma diferença competitiva. Ainda segundo ele, o cordeiro do sertão brasileiro poderá ser um produto reconhecido pela qualidade e valorizado por suas características regionais. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS