Projeto transforma lixo em artesanato na zona rural de Brumado

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Alertas sobre a proteção ambiental têm se tornado cada vez mais urgentes, pois cientistas especulam o curto tempo para evitar que o planeta atinja um alto nível de aquecimento global e provoque fenômenos extremos. É pensando em um desenvolvimento sustentável e em uma forma de colaborar com o meio ambiente que uma moradora da zona rural de Brumado deu início à um projeto que encanta a criançada e, um trabalho de coleta e reciclagem de vários materiais. Criado pela moradora da comunidade de Maria Nova, Clemilda Ribeiro Leite, o projeto tem o objetivo de desenvolver uma rede local para reutilização de papel, madeira, vidro, pano ou qualquer tipo de material em artesanatos e utensílios. Executado na comunidade de Maria Nova, o projeto proporciona o recolhimento e limpeza das peças e a realização de oficinas de produção, envolvendo crianças e adultos. "É muito gratificante transformar por exemplo uma lata de leite em uma peça que você pode guardar doces", conta a artesã. Por ser na zona rural, a área não possui aterro sanitário, isso favorece o acúmulo de lixo. Assim, a reciclagem é muito necessária. Com a iniciativa, a moradora passou a utilizar o lixo na produção de suas artes. Ao mesmo tempo em que criam quadros, jarros, vasos de plantas, lustres, tecidos pintados, pote de doces entre outros artigos, contribuem na redução da quantidade de lixo que tinham como destino a comunidade e o meio ambiente. “As crianças me ligam perguntando que horas vai ser o artesanato, então isso é muito bom, nos fortalece. Esclareceu a moradora que pretende expandir o projeto para outras comunidades. "Gostaria que esse projeto crescesse na zona rural do município. Isso vai ajudar as nossas crianças a terem uma atividade nas horas vagas”, conta, orgulhosa, a moradora Clemilda Ribeiro. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Ela ainda esclarece que a ajuda da comunidade favorece bastante para a manutenção do projeto. "Nós temos aqui vários colaboradores que nos doam materiais como, panos, filtros de café, casca de ovo, tudo isso a gente reutiliza", disse ao 97NEWS. Além da produção de objetos de decoração e mobília, engrenados pelos bons resultados, nos dias, 03 e 04 deste mês, houve na comunidade, a 'Segunda Feira de Artesanato', onde os materiais foram vendidos para a própria comunidade. "Foi muito bom, perdeu quem não foi, as próprias crianças montaram as barracas e venderam o material". Outro ponto positivo do projeto é a troca de conhecimentos e experiências com a comunidade e o aumento da responsabilidade ambiental, em função da importância de um projeto como esse que hoje conta com 9 pessoas entre crianças e adultos. "Por incrível que pareça, muitos me perguntam, o quanto eu cobro pelo ensino. Mas na verdade eu não cobro nada, só por estar ao lado delas e ensinando tudo que eu aprendo é prazeroso", conclui Clemilda. Essa interação com a população da comunidade resultou em uma parceria com as crianças. Tanto que na sede da associação, o espaço recebe os alunos para aulas de futebol. "Nós temos além do artesanato, aulas de balé e futebol, uma forma de interagir com as crianças não só no artesanato", relatou a moradora que se encontra sempre aos sábados com a comunidade.

 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS