Brumado: Morador faz graves denúncias sobre o uso de agrotóxicos em plantações de maracujá as margens da barragem de Cristalândia

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Na semana passada, o Ministério Público (MP) da Bahia divulgou uma nota técnica, no Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA), em que aponta que o monitoramento de defensivos agrícolas na água é insuficiente em pelo menos 60 municípios baiano. Realizado a partir das ações do Programa de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) de 2017 a 2019, coordenado pelo MP-BA em conjunto com órgãos federais e estaduais, o estudo analisou tecnicamente a contaminação da água potável por pesticidas em cidades abastecidas pelas bacias hidrográficas do São Francisco e do Rio Paraguaçu. Os agrotóxicos utilizados foram mapeados pelo MP-BA, através dos núcleos de Defesa da Bacia do São Francisco e da Bacia do Paraguaçu, e comparados com as substâncias que são analisadas obrigatoriamente pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Ainda segundo o estudo, somente 20% dos agrotóxicos usados na região estão sendo analisados pelos órgãos competentes. Os 80% restantes são pesticidas que não têm monitoramento obrigatório pela regra do Ministério da Saúde (MS). Dentro desta mesma realidade, o município de Brumado pode está vivenciando uma possível contaminação as margens do Rio das Contas, como também na própria barragem de Cristalândia, que abastece não só o município de Brumado, como a cidade de Malhada de Pedras. 

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Em contato com a Redação do 97NEWS, o morador da comunidade de Cristalândia, Juvenilson Teixeira Malheiro chama a atenção das autoridades e dos políticos brumadenses sobre o uso de agrotóxicos por empresários que realizam o plantio de maracujá as margens da represa. "É preocupante a quantidade de agrotóxicos que estão sendo utilizados nas plantações que ali margeiam a barragem. O assunto é tão grave, que na audiência pública realizada na comunidade a respeito do projeto de Esgotamento Sanitário e Abastecimento de Água do Município, eu chamei a atenção da representante da Embasa sobre o assunto, e ela me olhou com surpresa", esclareceu Malheiro. Ainda segundo ele, a palestrante apresentou um laudo sobre o aumento de coliformes fecais na água, mas não mostrou um laudo sobre a quantidade de agrotóxicos na água. "Mostrar os coliformes fecais da água os bioquímicos já sabem fazer isso. Agora eu quero saber qual é o tratamento para tirar veneno da água? Porque é o que está acontecendo em nossa região", argumentou o ex-presidente da associação. O morador ainda disse que muitos tem uma interpretação de que ele é contra a agroindústria. "Nosso foco é quem regulamento o uso desses produtos na lavoura de maracujá da bacia de Cristalândia. E isso, ainda não nos foi passado pela Embasa e nenhum órgão de proteção", indagou Juvenilson Malheiro.