Análises apontaram presença de agrotóxicos na água consumida em Brumado e outras cidades da região

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Uma investigação mostrou dados alarmantes sobre a qualidade da água consumida nos municípios brasileiros. Segundo as informações obtidas junto ao Ministério da Saúde, das 36.523 amostras realizados entre 2014 e 2017, 80% apresentaram contaminação por resíduos de agrotóxicos. Entre os agrotóxicos presentes na água distribuída à população dos municípios citados, oito são associados a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Destes, três foram encontrados em níveis acima do permitido pela legislação brasileira. Se considerados os parâmetros usados na União Europeia, outros doze produtos encontrados estariam a acima dos limites considerados seguros para consumo humano. Na Bahia, quatro municípios encontram-se nessa situação. São Felix do Coribe, Itapetinga, Mucugê e Camaçari. O município de Brumado está na lista. A pesquisa revelou ainda que a falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017. Em nota, a Embasa confrontou os resultados divulgados pela pesquisa. 

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A empresa afirmou que todas as amostras de de água analisadas no período estão isentas de substâncias presentes em agrotóxicos. A empresa afirmou ainda que atende aos parâmetros de potabilidade estabelecidos pela legislação brasileira e reforçou que a água tratada está sendo distribuída em condições de potabilidade e não apresenta risco à saúde humana. Questionada sobre a ausência de análises em alguns municípios, a empresa disse analisa a água distribuída em todos os municípios que atua, e que os resultados analisados são divulgados na plataforma Siságua, à qual os municípios têm acesso por meio dos técnicos da vigilância sanitária ou solicitando diretamente à Embasa. A empresa disse ainda que todas as análises na água distribuída pela Embasa, realizadas entre 2014/2018, estão isentas de substâncias presentes em agrotóxicos. Ela atende aos parâmetros de potabilidade, conforme as determinações da Portaria de Consolidação nº 05, anexo XX, de 2017, do Ministério da Saúde, legislação brasileira que está conforme com a 4° Edição do Guia de Qualidade de Água da Organização Mundial da Saúde (OMS). A investigação foi feita pela ONG Repórter Brasil, da Agência Pública e da organização suíça Public Eye.