OAB-BA defende a não inscrição nos quadros da Ordem aos que praticarem violência contra a mulher

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Na sessão solene realizada na sede da 21ª Subseção da (OAB-BA), em Brumado, na última quinta-feira (11), que marcou a posse de Kleber Lima Dias como presidente da nova diretoria, a advogada, Daniela Lima de Andrade Borges (OAB-BA), que é presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada e também Conselheira Federal da OAB-BA, falou ao 97NEWS sobre tornar casos de agressões e violência contra a mulher fatores para impedir a inscrição de bacharéis em Direito nos quadros da OAB. Com uma proposta de fortalecer o trabalho da mulher, Daniela Lima relatou que a Ordem está realizando o trabalho itinerante, viajando por todo Estado. "A proposta é trabalhar tanto pela mulher advogada, mas também pela mulher em todas as dificuldades que ela encontra hoje na sociedade. Os números de violência contra mulher no Brasil são alarmantes, comparado com a realidade, inclusive Mundial. É preciso fazer algo a respeito", relatou. A advogada também destacou algumas prerrogativas importantes no exercício da função. "A mulher gestante ou lactante tem preferencia em julgamentos, e nem sempre os juízes respeitam isso. Então é um desafio imenso", informou. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Daniela disse ainda que aquele que comete crime contra a mulher não pode integrar os quadros da Ordem. “A OAB não pode compactuar com aquele que pratica a violência contra a mulher. Esse é o recado que a gente espera com a aprovação da súmula 9/2019, que estabelece que aquele que pratica violência contra a mulher, pode ser a causa da idoneidade, e com isso, alguém que queira ser advogado possa ter sua inscrição negada, em razão da prática de violência contra a mulher”, ressaltou Lima. Conforme Daniela, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres por serem mulheres. "Esses números são feitos com bases em autópsias de cadáveres, então, quinto país é assustador. Além disso nós temos uma pesquisa divulgada recentemente que 536 mulheres sofrem alguma violência por hora, e nesses casos de violência, somente 177 casos por hora são de espancamentos, esses números são alarmantes. A pesquisa relata ainda que 52% dessas mulheres que admitiram ter sofrido essa violência, não fizeram nada, não procuraram a polícia, não procuraram família, por medo, muitas vezes por dependência financeira do agressor, essa é a realidade da violência no Brasil", disse ao 97NEWS, a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada e também Conselheira Federal da OAB-BA.