Médium é suspeito de quatro mortes na Bahia e Goiás

Foto: Divulgação l Polícia Civil

Um médium de Aparecida de Goiânia (GO) que faz cirurgias espirituais é considerado suspeito em quatro casos de homicídios e um de lesão corporal grave em pessoas que se submeteram aos seus procedimentos na Bahia e em Goiás. Antônio Miguel Rodrigues, de 53 anos, está sendo investigado pela polícia dos dois Estados, onde parentes das vítimas registram queixas desde a semana passada. As primeiras denúncias ocorreram no dia 4 na delegacia de Barreiras (BA), onde mais de 500 pessoas da Bahia, Sergipe, Piauí e Tocantins se submeteram às cirurgias em 10 de novembro do ano passado. A polícia informou que há mais de um ano o médium fazia as cirurgias espirituais na Bahia, ao menos uma vez por mês, e cobrava por elas e pelos medicamentos manipulados e alimentos para uma dieta que a pessoa deveria seguir. A vítima de lesão corporal grave é o aposentado Mário Joaci Pereira Rocha, de 71 anos, que fez cirurgias para a retirada de líquidos nos testículos. Segundo o idoso, os órgãos foram perfurados com oito agulhas pelo médium. “Os relatos eram de que ele fazia cirurgia espiritual, mas na hora lá ele enfiou oito agulhas nos meus testículos”, contou ele. Ainda de acordo com Rocha, ele foi colocado deitado em uma sala com outras 20 pessoas, que também foram operadas de uma vez pelo médium. “Ele mexia em um, depois outro. Ia passando e a gente vendo aquilo, assustado”, disse. Os testículos dele foram furados sem anestesia. A polícia investiga as condições do ambiente onde eram realizados os procedimentos em Barreiras, uma vez que parentes das vítimas relataram que o médium usava objetos como tesoura, bisturis e agulhas. Em Aparecida de Goiânia, onde as denúncias contra o médium apareceram depois que a polícia da Bahia iniciou as investigações, relatos apontam até para o uso de martelo nos procedimentos. À polícia, o médium alegou inocência com relação aos casos da Bahia. Ele é responsável por um centro espírita chamado Grupo Espírita Bezerra de Menezes, em Aparecida de Goiânia. Ele chegou a se apresentar à polícia de Goiás no dia 5, mas ainda não havia registro de denúncias contra ele na cidade goiana.