Ambulâncias do Samu enfrentam dificuldade de circulação na área urbana de Brumado

Muitos condutores brumadenses não cedem passagem à ambulância (Foto: Luciano Santos l 97NEWS)

Pioneiro no atendimento regionalizado no país, apesar dos grandes avanços registrados na Bahia, o Samu 192 ainda enfrenta uma grande dificuldade em relação à circulação das ambulâncias em Brumado. Isso porque muitos motoristas não cedem a passagem ao veículo, principalmente na área urbana do município. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, quando estiverem com os sinais acionados e em situação de urgência, os veículos de emergência, além da prioridade de passagem, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, o que significa que podem transitar livremente em qualquer condição ou local que a regra seja a proibição. Por exemplo, podem avançar o sinal vermelho do semáforo ou estacionar sobre o passeio. Mas a ambulância não pode trafegar acima da velocidade permitida na via, por isso a importância da prioridade a passagem. Mas, segundo relato dos condutores socorristas do Samu de Brumado, mesmo com o giroflex e sirene ligados, indicando situação de urgência, muitos condutores brumadenses não cedem passagem à ambulância, dificultando que a unidade chegue rapidamente ao local do atendimento. A função do Samu é atender pacientes que correm risco iminente de morte ou que se não receberem atendimento rápido e correto podem ficar com sequelas. Em ocorrências de parada cardiorrespiratória, acidente vascular cerebral e infarto, por exemplo, os minutos perdidos no trânsito podem colocar em risco a vida do paciente ou deixar sequelas irreversíveis, caso este sobreviva.

Veículos mal estacionados no Hospital Municipal dificultam o aceso das ambulâncias (Foto: Luciano Santos l 97NEWS)

No caso de Brumado, que possui uma população de cerca de 68 mil habitantes e, um trânsito intenso --apesar do porte--, se não houver uma conscientização da população em relação a essa prioridade de circulação da ambulância, a dificuldade de chegar ao local do acionamento pode se tornar ainda maior. Entre as dificuldades relacionadas pelos condutores socorristas estão, principalmente, a falta de atenção e educação no trânsito. “Muitos motoristas não prestam atenção ou ignoram o sinal de alerta da ambulância porque estão com o vidro do carro fechado, falando ao celular e não olham no retrovisor, não reduzem a velocidade e não se deslocam para a mão da direita, dificultando a passagem da ambulância”, relata o socorrista George Dias. George relatou ainda que por conta da triagem que o médico de regulação precisa realizar na ocorrência antes de deslocar a viatura já demanda tempo e, por conta disso já gera prejuízos ao socorro à vítima, e se o trânsito não ajuda, o atendimento só se agrava. Outra situação relatada pela equipe de atendimento, é o estacionamento do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, segundo eles, o local é mal planejado e motoristas não estacionam de maneira correta, dificultando o trabalho do Samu. “A ambulância precisa de uma circulação rápida na via pública ou em estacionamento, e essa dificuldade encontrada nesse local também afeta o socorro rápido”, destacou. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando os dispositivos de alarme e sonoro estiverem acionados indicando a aproximação de um veículo de emergência, os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário. Já os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local. Para todos os condutores, a orientação do CTB é dar prioridade de passagem na via e no cruzamento com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança.