Ficção ou Realidade: cientistas rejeitam teoria de que objeto interestelar seja nave alienígena

Pesquisadores de Harvard levantaram hipótese de que Oumuamua possa ser nave espacial extraterrestre (ESO/M. Kornmesser/Divulgação)

Um artigo científico assinado por dois pesquisadores da Universidade de Harvard causou agitação esta semana ao afirmar que um enorme objeto alongado que atravessou nosso sistema solar pode ter sido enviado por extraterrestres. Cientistas refutam a hipótese de tratar-se de uma nave espacial. O Oumuamua, como foi denominado, foi descoberto em outubro de 2017 pelo telescópio Pan-STARRS1 no Havaí, e daí seu nome, que significa “mensageiro” em havaiano. Tem cerca de 400 metros de comprimento e 40 de largura, e foi registrado por vários telescópios como o primeiro objeto conhecido proveniente de outro sistema estelar. Desde a sua passagem, os cientistas têm dificuldade em explicar suas características incomuns e sua origem precisa. Inicialmente, os pesquisadores o classificaram como um cometa e, depois, como asteroide, antes de finalmente considerá-lo um novo tipo de “objeto interestelar”. Mas de acordo com estes pesquisadores de Harvard, um “cenário exótico” seria o “Oumuamua ser uma sonda totalmente operacional enviada intencionalmente às proximidades da Terra por uma civilização alienígena”, conforme escreveram em artigo que será publicado em 12 de novembro na revista Astrophysical Journal Letters. A ideia rapidamente causou agitação no Twitter e na comunidade científica. Muitos especialistas e astrônomos afirmaram que as hipóteses levantadas pelos estudiosos de Harvard se baseiam em cifras com grandes incertezas. “Não existem evidências claras de que seja uma nave”, afirma o doutorando Felipe Almeida Fernandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que assinou um estudo sobre o Oumuamua. “Essa é uma hipótese, mas existem outras explicações muito mais plausíveis”. Fernandes desenvolveu a análise em parceria com o seu orientador, Hélio Rocha Pinto, diretor do Observatório do Valongo, da UFRJ. A pesquisa será publicada ainda neste mês na revista científica inglesa Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.