Estudante do 1° ano do ensino médio, Fabrício Pupo Antunes tem 15 anos e é aluno especial na disciplina de Antropologia no mestrado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ele começou a perceber que entre os colegas havia dificuldade de identificar gêneros e discutir sexualidade, então, resolveu desenvolver um estudo com base no livro "A Garota Dinamarquesa" de David Ebershoff. "Começou por conta de experiências no âmbito escolar, e depois de ver o preconceito com que a questão de gênero é tratada nas escolas", conta. Fabrício explica que o objetivo do projeto é dissociar sexo e orientação. Para ter embasamento, ele estudou o livro que deu origem ao projeto, além de documentários, filmes e outras obras.Foi participando de uma feira científica em Campo Grande que o jovem foi convidado para apresentar o projeto na 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no fim de julho, na Universidade Federal de Alagoas, em Maceió (AL). Na ocasião, ele apresentou o estudo para o Ministério da Saúde e ganhou menção honrosa. Agora, a ideia é que o trabalho chegue até as escolas por meio da literatura: "O objetivo do trabalho é estudar e diferenciar. Com a conclusão do projeto, entendi que o livro 'A Garota Dinamarquesa' pode ser usado para estudo de gênero e orientação. A dificuldade existe, os dados mostram isso, é difícil entender que existem essas diferenças de gênero. É enorme o preconceito na comunidade escolar, mas os alunos são muito abertos a essa discussão", explica. Para Fabrício, uma das experiências mais importante com o projeto foi a conversa com o autor do livro, David Ebershoff: "Enviei um e-mail falando do projeto, mas não esperava resposta. Ele respondeu e começamos a conversar, ficamos amigos. Nós o convidamos para vir para o Brasil na próxima Reunião Anual SBPC que acontece em 2019 em Campo Grande, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Será emocionante se ele vier mesmo!", finaliza.
Aluno de 15 anos faz estudo sobre gênero e sexualidade: 'É enorme o preconceito na comunidade escolar'
Aluno de 15 anos apresentou estudo sobre gênero e sexualidade (Foto: Arquivo pessoal )