Sem dinheiro, menino pinta as próprias figurinhas da Copa do Mundo

Pedro Henrique Blaco Arouca mora em Bauru (SP) e chamou atenção de colegas e professores com o uso da criatividade para superar a carência financeira | Foto: Divulgação

Um menino de 8 anos chamou atenção de colegas e professores ao pintar as próprias figurinhas por não ter dinheiro para comprar as oficiais, da Panini. Pedro Henrique Blaco Arouca mora em Bauru (SP), onde também morou, na infância, ninguém menos que o Rei Pelé, e até ganhou um álbum da Copa do Mundo. No entanto, a mãe dele, Gleice Barizon Blanco, que trabalha como caixa de supermercado e recebe pouco mais de um salário mínimo, não tem condições de fornecer as figurinhas ao garoto. E foi justamente dessa dificuldade que surgiu a fonte de inspiração de Pedro Henrique, que começou a desenhar as próprias gravuras com os jogadores da competição mais importante do futebol. Para a arte, ele consultou o álbum coletivo que fica no corredor da escola em que estuda. Nos desenhos do menino estão craques como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e até o Pelé. "É que eu não sabia de muitos jogadores do Brasil, então eu resolvi desenhar o Pelé. Eu sei que ele foi um grande jogador", disse Pedro ao G1. Os traços do jovem artista são simples, mas repletos de detalhes. “O mais difícil de fazer são os jogadores, eu fiz a taça também, mas os jogadores são mais complicados”, explica. E a mãe completa: "O álbum original é cheio de detalhes que são difíceis para uma criança memorizar. Os países, os lugares certinhos das figurinhas. Ele desenha dia e noite pensando na Copa". Na adaptação dele, Pedro criou até mesmo a embalagem das figurinhas. A mãe é quem explica: “Ele pegou um saquinho de hortifruti, colocou as figurinhas e falou: 'Olha mãe minhas figurinhas também vem no pacotinho'. E eu pensei: 'Tenho que comprar um álbum para ele'". O pai do menino morreu quando ele tinha 2 anos e ele vive com a mãe, que sustenta a família com pouco mais de um salário mínimo. “Eu comprei o álbum para ele, mas é muito difícil completar as figurinhas, não tem condições de ficar comprando”, diz ela. Graças à sua atitude, o menino Pedro Henrique tornou-se, ele mesmo, um craque aos olhos dos colegas e professores, ao ponto de tornar-se figurinha. “Eu fiquei impressionada, aí eu comecei a incentivar, levá-lo nas salas de aula para ele contar como teve ideia, como ele estava fazendo o álbum. E ele virou referência, a figurinha da escola”, diz a professora de Educação Física, Maria Cristina Herculani.