Mesmo com a chegada de gás nas distribuidoras consumidores fazem fila para comprar botijões

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

A greve dos caminhoneiros perdeu força, os bloqueios nas estradas diminuíram, mas os danos são muitos, graves e estão longe de serem resolvidos. As filas continuam em postos de gasolina e revenda de gás. Ainda escasso, o gás de cozinha é o mais disputado e, consequentemente, o mais caro dos combustíveis. Restaurantes adotaram medidas de racionamento. Até o fim da tarde de ontem, duas revendedora ainda tinham GLP no depósito. Segundo as revendedora, a empresa responsável pelo abastecimento, a Ultragás, não fez a entrega marcada para 15 de maio, antes do início da greve dos caminhoneiros. “Eles alegaram que tiveram um problema e, depois, com todo o caos, informaram que não podiam realizar porque o material está preso nas rodovias. Erraram e nós estamos sofrendo as consequências”, reclamou. Desde então, os moradores estão comendo em restaurantes ou usando panelas elétricas e microondas. “Isso faz com que tenhamos gastos altos e acarreta em uma indignação generalizada”, comentou Vilma de Almeida, dona de casa.

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Filas se formam em frente aos pontos de revenda, à espera de um botijão. Na manhã desta quarta-feira (30), outro estabelecimento recebeu o produto, mas segundo o gerente, ele vai acabar rapidamente. Para evitar brigas, distribuidoras organizaram filas para os consumidores. “Tivemos de limitar a venda de dois botijões por pessoa, porque o povo queria levar a mais para poder estocar, o que não seria justo com quem estava na fila”, contou. O aposentado José Nilton Costa, 64 anos, saiu cedo de casa, no bairro Dr. Juracy, para comprar o produto na loja da Avenida Centenário, por R$ 55. “Estou há quatro dias sem gás em casa, comi com ajuda de vizinhos, porque não tenho dinheiro para ficar comprando comida. Está tudo muito difícil”, lamentou. Apesar do comboio fornecido pela Polícia Rodoviária Estadual e pela Polícia Militar, os motoristas ainda temem pela integridade física deles e do produto, que é um material perigoso.