Agentes da Polícia Federal aguardam Lula em São Bernardo

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Agentes da Polícia Federal aguardavam no início da tarde deste sábado, em São Bernardo, a apresentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cumprimento da pena de prisão determinada pelo juiz Sérgio Moro. Os interlocutores do ex-presidente na negociação tentaram adiar essa apresentação para a segunda-feira ou que os agentes fossem até o Sindicato dos Metalúrgicos, mas isso não foi aceito. No discurso que fez na manhã deste sábado (7), Lula confirmou que vai se apresentar à Justiça. Até aqui, não está claro se ele irá à sede da Polícia Federal em São Paulo ou se diretamente para o aeroporto de Congonhas, de onde sairá em avião da Polícia Federal para Curitiba, onde cumprirá a pena de prisão. Quando se apresentar, ele deverá fazer o exame de corpo de delito – que pode ser em São Paulo ou em Curitiba. A defesa de Lula vai tentar, ainda, que ele seja transferido para a sede da PF em São Paulo, para ficar mais próximo de familiares e dos advogados. Em Curitiba, um helicóptero aguardava no aeroporto para levá-lo diretamente para a sede da Polícia Federal, onde ficará preso. Lá, uma sala especial está preparada para recebê-lo, sem grades. Ele ficará em andar diferente de outros presos da Operação Lava Jato: Antonio Palocci, que tenta fazer delação premiada revelando fatos comprometedores ocorridos em governos do PT; e Léo Pinheiro, presidente da construtora OAS, cuja delação premiada foi um dos fatores que levou Lula à prisão. Foi Léo Pinheiro quem contou que o triplex no Guarujá era uma contrapartida a projetos da OAS na Petrobras. No discurso de Lula diante de militantes, na missa em homenagem à dona Marisa que completaria hoje 68 anos, Lula disse: “Eu não sou mais um ser humano, sou uma ideia” e sugeriu que "queimassem pneus, ocupassem terras e imóveis". A afirmação do ex-presidente, depois de dizer que cada um dos participantes do ato era o Lula, foi entendida como uma incitação ao confronto. Depois, ele contou ter ouvido de uma menina de 10 anos em Catanduva: "Podem matar uma, duas rosas, mas os poderosos não conseguirão deter a chegada da primavera".