Brumado: Aumenta a crise entre prefeitura e governo do estado; Saúde é a preocupação central

O setor de Saúde pode ser o mais prejudicado caso o impasse continue (Foto: Luciano Santos | 97NEWS)

Em ano político, até as pequenas coisas se tornam gigantescas, fazendo com que os homens públicos venham, parafraseando as Sagradas Escrituras, a “engolir camelos e se engasgar com mosquitos”. A questão é histórica e, no atual momento pelo qual atravessa a nação,  com um forte descrédito da classe política, o período eleitoral deve ser ainda mais complicado. Em Brumado alguns fatos já corroboram nesse sentido, fazendo com que um dos grandes sonhos da população, que é a UTI, a qual foi recentemente inaugurada, possa ter o seu funcionamento em risco. Em sua última visita ao município, em janeiro deste ano, o governador Rui Costa (PT), após o ato inaugural, fez um pronunciamento em praça pública se comprometendo a resolver alguns problemas pontuais do município, confirmando o início da construção do sistema de esgotamento sanitário, que teria em sua primeira etapa com a estação de tratamento, além da segunda etapa da Barragem de Cristalândia. Rui teria até confirmado uma nova visita a Brumado, que aconteceria em fevereiro, mas já passado o mês de março, a agenda foi cancelada e, até o momento, não há confirmação da data de uma nova visita oficial. Com isso uma lacuna se abriu e a questão política começou a falar mais alto, já que o relacionamento entre as partes, que já estava meio arranhado, ficou ainda mais desgastado. Um dos pontos nevrálgicos nesse contexto é o impasse sobre a UTI, que, segundo afirmações da administração municipal, teve os seus repasses bloqueados pelo governo do estado, o que pode fazer com que a unidade tenha que paralisar as suas atividades. Em contato com o secretário municipal de Saúde, Claudio Feres, ele garantiu que o município fez a sua parte e quitou todas as pendências, mas que, a questão foi para o campo político e, por isso, ele disse que não irá mais se posicionar sobre a situação. 

Em recente recepção o grupo liderado por Eduardo Vasconcelos já tinha sinalizado com muita intensidade o apoio ao governador Rui Costa, mas teria entrado 'areia nos mecanismos' (Foto: 97NEWS Conteúdo)

Em contato com alguns representantes mais próximos do prefeito Eduardo Vasconcelos (PSB), o clima de descontentamento é cada vez maior, já que, se for se colocar na balança, o governo do estado, apesar da UTI, não correspondeu às expectativas da população, ou seja, até o momento, “está deixando a desejar”. Especulações sobre um possível apoio nas eleições estaduais ao atual prefeito de Salvador, ACM Neto, por parte do grupo governista, - que tem no presidente do Legislativo, Léo Vasconcelos, o seu maior defensor -, também vêm potencializar a “queda-de-braço”. Outro fator que tem que ser colocado no “tabuleiro” é que o prefeito Eduardo Vasconcelos nunca mostrou simpatia ao PT, inclusive repercutiu em alto e bom som à mídia local a célebre frase que “há três coisas que a gente só faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT. Eu já votei uma vez no PT e por isso não o farei mais”. Então, como diz o velho e bom ditado “'Na briga entre o mar e o rochedo, é o marisco que apanha', ou seja, os mais humildes são as primeiras vítimas quando há embates entre poderosos. Neste mês de abril as definições sobre a confirmação da aliança ou o rompimento devem ficar ainda mais evidentes. Fontes garantem que tudo será devidamente equalizado e que a parceria será mantida pelo bem da população, mas, existem aqueles que afirmam que o processo de afastamento é irreversível.  

 

Durante a inauguração da UTI, em janeiro deste ano, as previsões eram de otimismo, mas, agora o quadro mudou (Foto: Daniel Simurro | 97NEWS)