‘Protesto das Marmitas’ abre novo impasse na SMTT; ‘meritocracia é a palavra de ordem’, afirma superintendente

Como forma de protesto, alguns agentes levaram marmitas e comeram ao ar livre, já que foi vetado eles usarem a sala do setor (Foto: 97NEWS)

Tendo a sua recente história marcada por desavenças e conflitos, a SMTT – Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes de Brumado, volta à cena midiática, desta feita num novo episódio que está sendo conhecido como o “Protesto das Marmitas”, o qual acabou se intensificando logo após o Carnaval. A substância que move o protesto, que tem os agentes de trânsito como protagonistas, foi a mudança na carga horária de trabalho, sendo que a principal delas foi a redução no horário de almoço, que, a partir de agora, é de 60 minutos. A questão tomou corpo, ontem (14), quando alguns agentes, insatisfeitos com a redução, levaram marmitas para almoçar na sala do setor, os quais foram retirados pelo superintendente, que alegou que o local era inapropriado para refeições. Ato contínuo, os agentes “almoçaram” na porta ao ar livre para protestar contra o que eles classificam como “desumanidade”. Ouvidos, eles alegam que “só queremos o mesmo regime que é aplicado para todos os servidores, com 2 horas de almoço, já que em apenas 1 hora, ainda mais para quem mora mais distante, praticamente não dá para fazer uma refeição”. Eles ainda relatam que “não existe diálogo e sim autoritarismo, o que nos deixa indignados, pois cumprimos as nossas funções com o máximo de esforço. Queremos o afastamento do superintende, que, por sinal, é agente também, mas que nos trata como se fôssemos inimigos, então, reconhecemos os nossos direitos e vamos buscá-los, pois nos tempos de hoje, atitudes como essa são inaceitáveis”.

O superintendente Jansen Ricardo garante que será firme na condução dos trabalhos (Foto: Luciano Santos | 97NEWS)

Visando o contraponto, também ouvimos o superintendente Jansen Ricardo, o qual, de forma muito segura e serena iniciou explicando que “primeiramente eu fui convidado pelo prefeito para assumir o setor e aceitei. As animosidades já existiam, não fui eu que criei nada, só estou aqui desenvolvendo a minha função, as mudanças foram de ordem administrativa” e subindo o tom disparou que “os agentes, que são servidores concursados, isso tem que ser ressaltado, tinham pleno conhecimento que a carga horária é de 40 horas, já que isso estava expresso no edital, então, eles não têm do que reclamar. Quanto ao regime diferenciado isso é uma coisa normal hoje em dia, já que estão sendo implantadas alterações em todos os setores, não só públicos, como também os privados”. Mostrando uma forte severidade e, num tom de ameaça, ele garantiu que “eu procurei primeiramente promover a união, mas quero deixar claro que o setor terá que cumprir a sua função da melhor forma possível, por isso, a palavra de ordem será a meritocracia, pois a nossa meta é a moralidade nos serviços prestados, então, servidor relapso e mau intencionado terá que rever o seu posicionamento, pois será aberto um processo administrativo pela procuradoria municipal”. No final ele negou que os atritos sejam pessoais, mas que, caso eles existam, isso não impedirá que os trabalhos sejam realizados como o planejado.