Protetora acolhe 84 cães em casa e provoca polêmica com vizinhos em Moema, na Zona Sul de SP

Rosângela cresceu em família que gostava de animais e se aproximou de protetores na adolescência (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Uma protetora animal que já acolheu 84 cães em sua casa, em Moema, na Zona Sul de São Paulo, provoca polêmica com os vizinhos, que se dizem incomodados com o barulho e com o mau cheiro. O Ministério Público acompanha o caso. Rosângela de Abreu recebeu a reportagem do G1 para contar sua versão da história. “Sou filha única. Quando nasci, acho que minha mãe já percebeu, ‘Ih, essa daí já vai dar problema suficiente”, brincou. “Venho de uma família que sempre adorou animal. Eu tinha um gatinho, que ficava no berço comigo e o cachorro da minha mãe ficava ao lado, vigiando”, contou, enquanto os cachorros de diferentes tamanhos abanavam o rabo e pulavam em cima dela.  Ela apresentou o imóvel, que estava sujo e com cheiro forte. “Os problemas começaram justamente quando eu pretendia reformar a casa”, contou Rosângela, que está com 49 anos e mora com a família na casa adquirida há 75 anos no bairro, quando a “Avenida Iraí era um rio e o Shopping Ibirapuera era um campo de futebol”. O afeto pelos animais cresceu na adolescência, conforme ela se aproximou de pessoas ligadas à proteção animal, e, anos mais tarde, fundou a ONG Auqimia em Parelheiros, na Zona Sul da cidade. “Aluguei um sítio, onde ficamos por cerca de 13 anos, até que o proprietário pediu o local. A esta altura, eu estava com mais de 100 cães, mas tive que arrumar um outro espaço com urgência” disse. Era 2015. Rosângela conseguiu outro terreno, mas teve um novo problema. Um homem teria reivindicado o espaço como seu e conseguiu a reintegração de posse da nova área junto a Prefeitura Regional. Ela deixou dezenas de cães na área e se viu obrigada a trazer outros 84 para dentro de sua casa com o objetivo de doar os bichos aos poucos. Após doações, ela reúne 37 cães no imóvel. A situação se tornou de conhecimento geral no bairro, a vizinhança passou a acreditar que Rosângela tem distúrbios de acumulação, denúncias chegaram ao Ministério Público (MP) e dezenas de animais foram removidos do local.