Por esse motivo, o português é um critério tão importante”, explica. A taxa mais alta de desclassificação foi dos estudantes de 16 a 24 anos, com 46%. Já entre os adultos de 25 a 30, o percentual foi de 21%. O resultado pode ser devido ao pouco preparo dos menos experientes. “Há questões como falta de atenção e nervosismo, as quais, muitas vezes, predominam em um processo seletivo. Logo, devem ser trabalhadas desde cedo”, recomenda a especialista.No diagnóstico por níveis, os alunos do ensino médio se destacaram com 70,7% de sucesso. Entretanto, o destaque negativo foi dos universitários: houve 49,6% de reprovação no superior. Muitas vezes, a pessoa se forma sem ter aulas de gramática ou redação. “Na faculdade, é priorizado o estudo de conteúdos mais específicos da carreira”, afirma Nardejane. Na segmentação por áreas, a notoriedade foi para as Ciências Humanas e Sociais, com 85,3% de êxito. Em seguida, ficaram as Engenharias, tendo 80,7% de acadêmicos bem-sucedidos na avaliação. Contudo, no campo das Artes e Design, o desempenho ficou abaixo das expectativas: 59,5% não passaram. Os discentes de Comunicação também deixaram a desejar, com 53,9% de desqualificados. Os cursos com mais aprovação foram Direito (94,12%), Engenharia Química (93,10%), Farmácia (87,32%), Química (80%) e Engenharia Mecânica (79,17%). Por outro lado, o índice de reprovação no ensino superior preocupa nos campos de Gestão Comercial (68,33%), Eventos (68,18%), Marketing (66,61%), Design (62,50%) e Publicidade e Propaganda (59,49%). Ao fazer o recorte entre os matriculados em insituições de ensino particulares e públicas, 49,6% dos pagantes foram barrados na primeira etapa. Teve melhor desempenho quem estuda nas universidades federais, estaduais ou municipais. O índice de insucesso foi de 31,8%. “A ausência de leitura e treino da escrita são as principais razões dos erros cometidos. Quando se lê com pouca periodicidade, o vocabulário tende a ser menos qualificado”, ressalta Nardejane. Esse bom hábito deve ser desenvolvido também em outros ambientes. “É essencial ser autodidata e buscar essa competência além do imposto em sala de aula. Pode-se começar com livros, textos e artigos de assuntos do seu interesse e expandir para os mais diversos temas, e assim evoluir seu repertório de palavras”, indica a selecionadora. Em tempos nos quais o desemprego é tão alto entre os jovens, chegando a 26,6%, é relevante não escorregar nesse quesito. Há mais candidatos em relação ao número de vagas. Porém, muitas não são preenchidas pela baixa qualificação ortográfica. “Em uma seleção com 20 pessoas, após o teste ortográfico, há grandes chances de ninguém ser aprovado”, finaliza Nardejane.