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Americanos em intercâmbio desenvolvem oficinas que valorizam a cultura afro com crianças da LBV

(Foto: Ascom | LBV)

O Dia da Consciência Negra, celebrado no último dia 20, é uma forma de ressaltar a luta contra à discriminação racial, refletirmos sobre a posição dos negros na sociedade e valorizarmos um povo que contribuiu para a formação social, histórica e cultural do nosso país. Em 9 de janeiro de 2003, o"Dia Nacional da Consciência Negra" foi instituído pela Lei Federal 10.639 e inserido no calendário escolar. Dessa forma, o estudo da cultura afro-brasileira foi incluído no currículo escolar em todo Brasil. Durante o mês de novembro, diversas instituições no país realizam diferentes ações para comemorar a luta dos negros. Na Legião da Boa Vontade (LBV) não poderia ser diferente, e por isso, entre as ações que celebram o Dia da Consciência Negra, nesta quinta-feira (22), o Centro Comunitário de Assistência Social Idalina Cecília de Paiva, localizado em Itinga/ Lauro de Freitas, recebeu duas visitas muito especiais. 

Os americanos Michael Anthony e Phedra Cileen vieram ao Brasil em missão humanitária e escolheram a LBV para conhecer e apresentar um pouco da cultura afro para crianças atendidas. Os americanos foram a Instituição no período da tarde, mas já pela manhã, durante o encontro com famílias atendidas, os responsáveis ficaram sabendo que seus filhos teriam no turno vespertino a visita especial. A notícia foi recebida com alegria, pois para os pais seria a oportunidade de seus filhos conhecerem pessoas que falam outro idioma e aprender sobre a cultura de pessoas que vivem em um país diferente. O objetivo da ação foi valorizar a identidade negra e promover a interação cultural dos atendidos. A mistura de etnias contribui para a construção do nosso país e é tão importante quanto a de cada cidadão. Valorizar todas as culturas é compreender e valorizar o que cada uma delas nos dá. Ao chegarem no Centro Comunitário, Michal e Phedra foram conhecer todos os espaços, passaram pela brinquedoteca, auditório, escovódromo (local onde as crianças escovam os dentes), salas de atividades e o refeitório. Ainda durante o tour pela unidade assistiram a apresentações de flauta e percussão, feita de material reciclado, produzida pelas próprias crianças durante as oficinas. O momento foi de grande descontração. Os convidados não resistiram e se renderam ao som dos pequenos. Já pelas expressões das crianças, era possível notar o quanto estavam felizes. “Foi mágico ver como as crianças estavam durante a apresentação, cheios de brilhos nos olhos, orgulhosos de si. Ficaram encantados ao perceber que os americanos estavam dançando junto com eles”, disse a assistente social da LBV, Rita de Cássia.

Outro momento que chamou bastante atenção dos pequenos foi no refeitório. Michael e Phedra foram convidados a almoçar junto com as crianças. Por meio dos olhinhos encantados, era possível notar o quanto aquele pequeno ato tinha uma grande importância para eles.

Phedra é cabeleireira e realizou oficina de beleza com as meninas. Fez diversos penteados, ensinou a fazer maquiagens, usar turbantes, tudo valorizando a cultura negra. Ela presentou às crianças com pentes próprios para cabelo afro, com blusas ornamentadas por ela, xuxas, prendedores, tudo muito colorido e com desenhos. Brenda Vitória de 9 anos, adorou os presentes. “Amei tudo que ela deu. Eu ganhei laços, esmaltes, tiaras e uma blusa linda que ela pintou". Já a Aniára, de 11 anos, gostou da experiência de interagir com pessoas que falam outro idioma. “Sempre quis conhecer pessoas de Nova York, que falam inglês. Sempre via pela televisão. Nunca tinha visto de perto. Achei muito legal conhecer eles”.

Durante a entrega das lembrancinhas, Phedra fez questão de reforçar com as meninas que não importa o tipo de cabelo que se tem. Independente dele ser crespo, liso ou ondulado, todas elas poderiam sim usar os adereços que quisessem. Após a oficina de turbantes, ela colocou uma coroa de princesa em cada uma das meninas e reforçou a importância de se aceitar, ter a autoestima elevada, disse que todas deveriam se sentir como princesas. “As meninas estavam muito interessadas em aprender e fazer o proposto da oficina com alegria e entusiasmo. O brilho no olhar dessas crianças mexeu muito com nós dois. Sabemos que para quase todas elas, senão todas, se não fosse na LBV elas nunca iriam aprender tanto, especialmente o ato de compartilhar, o que todas elas fizeram de bom grado. Nos abraçaram o tempo todo e mesmo sem falar a nossa língua, sentimos perfeitamente o amor e gratidão deles em passar essa tarde conosco. É isso o que nós dois vamos levar daqui”, disse Phedra.

“Essa visita de pessoas de fora do Brasil trouxe um retorno muito positivo para as crianças. Todos os dias aqui na LBV já trabalhamos a questão da autoestima, da “gordofobia”, racismo, então ter pessoas de fora falando para eles sobre esses assuntos é extremamente enriquecedor. Todo material que a Phedra trouxe agregou ao que a gente já vinha trabalhando com elas. Com o apoio de um tradutor ela deixou a mensagem para todos nós: Bonito não é o que acham bonito, nem o padrão de beleza que é estabelecido pela mídia, bonito é você dizer o que você tem de bonito em você”, completou a assistente social Rita.

Já Michael é Professor de Artes e desenvolveu oficina de desenho com os meninos. Ele presentou os garotos com bonés e entregou para cada um deles um kit com diversos acessórios para enfeitar e pintar os bonés. “Fiquei tocado com um garotinho que customizou o boné dele, que fazia parte da minha oficina e no final ele veio até mim e disse que queria que eu levasse o dele para os EUA. Ele me pegou de surpresa, eu realmente não esperava por essa. Eu me senti extremamente tocado com aquela situação. Para uma criança abordar do nada um completo estranho e realizar um gesto tão amigável como esse, me faz pensar que a LBV está realizando um trabalho fantástico com essas crianças e com as famílias delas. Essas crianças nos presentearam com o sorriso e a alegria delas”, disse Michael, emocionado. Além disso doou kits de material para higiene bucal, contribuindo de forma lúdica para reforçar as práticas que os pequenos aprendem na LBV sobre a importância de escovar os dentes.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população. Ainda de acordo com esses números, os negros representavam apenas 17,4% da parcela mais rica do país. “As pessoas não gostam do que é diferente. Elas não gostam de mudança. E sendo eu um negro norte americano, eu digo por todos que nós temos que mudar e irmos à luta com a mente positiva, para que haja um mundo onde as pessoas não vejam a sua cor e sim o indivíduo”, reforçou Michael.

 

Para a atividade de intercâmbio, a LBV contou com o apoio de um tradutor voluntário que acompanhou os convidados e auxiliou na comunicação. “Fiquei muito feliz e surpreso com a notícia de que iria interpretar. Eu amo me comunicar com as pessoas. Quando Michael e Phedra chegaram no Centro Comunitário eu não imaginei o que iria aprender com eles. Justamente por acompanhá-los pessoalmente eu tive a chance de ter um contato muito próximo e ver de perto como o serviço voluntário pode tocar as pessoas envolvidas de ambos os lados. Foi uma tarde muito agradável e marcante para todos nós. Eles trouxeram muitas coisas para nós, mas nós também devolvemos a cortesia para eles, e é muito gratificante, como tradutor e voluntário da LBV, estar ambientado nessa transação intercultural”, disse o tradutor, Arthur Marinho.

A visita do Michael e da Phedra faz parte do programa Blue Heart Ambassador (Embaixador Do Coração Azul), criado pela LBV dos EUA, com o objetivo de promover intercâmbio com jovens e adultos norte-americanos que queiram ajudar em ações humanitárias nos países onde a LBV está presente. “Para todos, eu indicarei agora que procurem na embaixada organizações como essa, que façam e proporcionem um trabalho tão profundo e renovador como o da LBV. Queremos mostrar aos nossos amigos que se interessam no serviço voluntário, e são muitos, a acessibilidade que é estar num ambiente tão favorável ao crescimento pessoal como esse centro. A mensagem que fica é: compartilhem. Tragam o que vocês tiverem e recebam o carinho e amor que essas pessoas tem para oferecer”, finalizou Michael.

O ideal de Boa Vontade ultrapassa barreiras e inspira também a atuação da LBV na Argentina, Bolívia, Paraguai, Portugal e Uruguai. Todas as ações no Brasil e nos 6 países são mantidas graças a doações da população local. 



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